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Nathália Jucinsky
Dando luz ao inconsciente
Espiritualidade é caminho que se vê de frente. É a guiança sutil que nos convida a olhar para dentro, sem nos desviar da responsabilidade de transformar o que está fora. É a conexão com o sagrado que habita em nós e em tudo o que nos cerca – mas também o compromisso com a justiça, com o coletivo, com o real.
Durante anos, confundiram espiritualidade com narrativas que buscavam apenas a luz, ignorando a sombra. Aqui, eu escolho outro caminho. Escolho uma espiritualidade que pulsa junto à terra, que se conecta ao político e ao social. Uma espiritualidade que questiona o sistema que nos aprisiona, que acolhe as mães solo, que sonha com um mundo onde todas as mulheres possam florescer, que compreende as diferentes formas de ser mulher e como questões de etnias, gênero e econômicas influenciam nos preconceitos que aquela pessoa vive no decorrer da vida.
Meu trabalho com mulheres é isso: um chamado para enxergarem a realidade em que vivem sem perder a conexão com o sagrado que são. Um convite para se libertarem das pressões do mundo, mas também para criarem impacto nele. Aqui a gente se encontra para trocar ou fazer uma sessão de terapia, e eu te vejo como ser humano, entendendo o que você precisa - e não te receitando uma técnica específica sem sequer te conhecer.
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Fotografias de Júlia Jucinsky
A espiritualidade não está separada da matéria. É a semente e o solo, a ação e o silêncio. É o caminho para um outro mundo, onde ser humano e ser espiritual coexistem – com coragem, presença e consciência. Viver sem luz elétrica, cultivar a própria comida, caminhar em comunidade são escolhas que me levam a um tempo mais lento, mais verdadeiro, onde o espírito se alinha à ação. Onde celebrar a vida inclui também lutar por justiça e reconhecer os ciclos – da natureza, do corpo, da existência.
Fotografias de Júlia Jucinsky